2. Aposta Nova Iorquina
– Estou te falando, os Yankees vão ganhar! – disse tio Emmett.
– É claro que não, tio. Os Red Socks vão ganhar! – respondi, sentada no sofá, olhando para a TV e Emmett, alternando.
– Olha o que você está falando! Nós estamos com vantagem! Ganhamos essa mole – argumentou ele, apontando para a TV e me olhando.
– Quer apostar? – perguntei.
– Claro, o que vai ser? – ele sorriu. Emmett adorava uma boa aposta.
– Se eu ganhar, você vai passar a cumprimentar Jacob com todo amor que o namorado da sua sobrinha merece, não importa se ele é um lobisomem ou não – eu dei uma pausa e sorri. – Já, se eu perder...
– Se você perder, você faz um teste pra Broadway. – ele disse, gargalhando.
Tio Emmett sabia o quanto eu odiava musicais, ou filmes que cantavam ou músicas que retratavam filmes. Não gostava de cantar, nem dançar, nem interpretar, o que dirá fazer as 3 coisas ao mesmo tempo.
Fiz uma cara de quem ia desistir da aposta.
– Ouvi alguém dizer "eu desisto, tio Emmett"? – disse ele, fazendo uma conchinha em volta do ouvido direito e fazendo uma cara debochada.
– Está apostado. – eu disse, séria, apertando a mão de Emmett.
Então esperamos até o final do jogo completamente aflitos para o resultado final. Mas acabou que os Red Socks perderam. E eu teria que fazer um teste pra Broadway. Teria que pegar um avião até Manhattan e cantar, dançar e atuar. Iria me torturar até a morte.
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– Vamos Nessie, eles estão esperando pelo seu talento. – cantou tio Emmett, na entrada do teatro.
– Isso já é um saco, não piore tudo. – eu disse, emburrada, enquanto passava pelas portas.
– Desculpe, é que eu estou adorando isso. – disse ele, caminhando em direção a platéia.
Peguei uma plaquinha com um número e sentei na parte da platéia aonde todos os candidatos estavam sentados. Minha dedicação a essa audição seria inimaginável.
– Está animada? – perguntou um garoto magrelo e ruivo ao meu lado. Eu simplesmente o olhei com um olhar matador, como se fosse avançar na sua jugular. Pensei em mostrar os dentes, mas não ia ser legal. Apenas voltei a olhar para o palco e assistir a uma audiênica mais patética que a outra.
Depois de várias e várias audiências longas e cansativas, meu número foi chamado e Emmett acordou, pois estava fingindo dormir de tão entediado. Peguei o script com uma das atendentes e subi no palco. Haviam 3 jurados, o da dança, o do canto e o da atuação, um mais estranho que o outro.
– Comece. – disse o jurado da atuação.
Então peguei o script e comecei a fazer uma leitura dramática de um trecho, dei o pior de mim e adorei o resultado. Então o jurado escreveu em um papel e se voltou para o outro.
– Cante a música da página 45. – disse o jurado do canto.
Então comecei a ler a letra da música e cantar acompanhando o rítmo do piano que estava tocando. Tentei desafinar ao máximo e adorei o resultado. Tio Emmett estava cada vez mais com os olhos arregalados. Então o jurado escreveu em um papel e se voltou para o último.
– Dance qualquer coreografia que já tenha aprendido. – disse o jurado da dança.
Então comecei a dançar a coreografia que Alice fez questão de me ensinar para a audição. Tentei errar ao máximo e adorei o resultado. Emmett estava com o queixo no chão. Os jurados se falaram e mandaram eu voltar a sentar e aguardar o resultado.
Depois que todas as audiências acabaram, os jurados subiram ao palco e anunciaram:
– O papel principal é de: Nessie Cullen.
COMO ASSIM?! EU FUI HORRÍVEL.
– Você foi incrível! Como fez aquilo? – disse uma voz ao meu lado. Era Emmett.
– Mas eu dei o meu pior.
– Então eu nem quero ver o seu melhor.
– Eu desisto! Não quero mais o papel principal. – eu gritei, levantando da cadeira, tirando a plaquinha do pescoço e indo para a saída.
Emmett veio logo atrás de mim.
– Nada na aposta dizia que eu tinha que aceitar o papel. – eu disse para Emmett, enquanto andava em direção a saída.
– Tem razão. – disse ele, batendo a mão na testa.
– Vem, vamos voltar para Forks.
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